terça-feira, 15 de junho de 2010

THE MODEL AS MUSE

Lançada dia 5 de maio por Marc Jacobs, Justin Timberlake e Kate Moss que unidos a editora Anna Wintour, receberam convidados vips, a abertura da exposição “The Model as Muse: Embodying Fashion”, no Metropolitan Museum of Art (Met), em Nova York, foi super.

A capa do catálogo é Linda Evangelista, fotografada por Steven Meisel, para Dolce & Gabbana

Além de vestir suas criações, as modelos muitas vezes inspiram os estilistas e assumem o papel de musas, tanto para a moda quanto para uma geração. É aí que está o foco da mostra, que explora “como modelos transmitem mudanças culturais através de retratos que documentam guinadas na sociedade e no design”.

A exposição contempla, em cinco segmentos e aproximadamente 80 criações, os anos entre 1947 e 1997, do “New Look” de Christian Dior ao minimalismo da Prada.

1950

Apelidada de de “era dourada da altacostura”, a década de 1950 viu nascer parcerias históricas entre modelos, estilistas e fotógrafos: Lisa Fonssagrives (considerada a primeira supermodelo), Suzy Parker, Sunny Harnett e Dorian Leigh encontravam-se com Irving Penn, Richard Avedon e Cecil Beaton, faziam a própria maquiagem e fotografavam vestindo looks por Christian Dior e Charles James.

Não é à toa que, para receber os visitantes, há uma instalação inspirada num famoso retrato de Richard Avedon, no qual Dovima veste Dior por Yves Saint Laurent em meio aos elefantes:

1960

De sofisticada e clássica, a modelo ideal transformou-se em jovem e rebelde: Twiggy, Jean Shrimpton, Peggy Moffit e Veruschka personificam a época, onde o comprimento curto era mandatório e reinavam visuais de Pierre Cardin, Paco Rabanne e André Courrèges.

Twiggy, a personificação do Swingin’ Sixties

O mundo da moda começou a permear mais profundamente a cultura pop, ao exemplo do clássico “Blow Up”, de Michelangelo Antonioni, onde Veruschka faz uma memorável aparição. O protagonista Thomas foi inspirado no fotógrafo inglês David Bailey, figura sinônimo dos “Swinging Sixties”:


1970

Na década seguinte, mais uma guinada: corpos atléticos tomam o lugar de corpos magricelos, e rostos americanos como Lisa Taylor, Janice Dickinson e Jerry Hall endeusavam os vestidos minimalistas de Halston; Yves Saint Laurent, que tomava seu lugar como lenda viva em Paris, preferia rostos étnicos como o de Iman.

Na cena noturna, rock, produções exageradas e clubes famosos como Studio 54 permeavam o imaginário popular com uma aura de glamour, excesso e exclusividade.

Jerry Hall fotografada por Richard Avedon

1980

Começou nos anos 1980 o verdadeiro amor entre grande público e supermodelos, graças à “trindade” formada por Linda Evangelista, Naomi Campbell e Christy Turlington – a última emprestou o rosto como molde para os manequins do próprio Met.

Nomes como Claudia Schiffer, Gia Carangi, Cindy Crawford e Paulina Porizkova também tornaram-se famosos nessa época, conhecida como “a era das supermodelos”. Surgiram os primeiros contratos exclusivos com grifes e cosméticos, que pavimentaram o caminho para futuras negociações.

Naomi Campbell, Linda Evangelista, Tatjana Patitz, Christy Turlington e Cindy Crawford em clique de Peter Lindbergh

1990

No início da década, as supermodelos tornaram-se onipresentes na mídia: estavam presentes em talk shows, programas de televisão, colunas de jornal, festas, filmes, franquias, comerciais, ao lado de estrelas do cinema. Foi quando Evangelista disse a famosa frase: “não saímos da cama por menos de 10 mil dólares”. E era verdade: elas estavam ganhando milhões!

O ápice pop aconteceu quando George Michael convidou Linda, Christy e Naomi para estrelar o clipe de “Freedom ‘90″:




Quando o grunge surgiu, derrubou a beleza idealizada da década anterior em prol de maior atenção às vestimentas. A atitude era: não olhem para as mulheres, olhem para as roupas. Surgiu dessa corrente o infame visual “heroin chic”, a imagem de modelos pálidas e magras. Ironicamente, o semblante mais conhecido dessa tendência não escapou dos holofotes: Kate Moss já era seguida avidamente por câmeras e tabloides.

Kate Moss fotografada por Corinne Day, em 1994

A exposição sincrônica termina em 1997. Se a década seguinte fosse contemplada, com certeza falaria principalmente sobre Gisele Bündchen, a brasileira que tomou o trono de Kate ao devolver curvas e cor às passarelas.

Gisele em sua primeira campanha high profile internacional: Dolce & Gabbana

Apelidada de “O Corpo” por Alexander McQueen, ela aproveitou alguns anos de capas de revista antes que as atrizes de Hollywood passassem a dominar o espaço. Mas Gisele não passa (como poderia?) em branco: há uma foto sua, no fim da exposição.

Dizem que uma modelo ganha o prefixo “super” quando pode ser reconhecida pelo público apenas por seu primeiro nome. Nesse caso, Gisele foi indiscutivelmente a última – até agora.

“The Model as Muse: Embodying Fashion”
Tisch Galleries, Metropolitam Museum of Art
6 de maio – 9 de agosto de 2009
+ www.metmuseum.org

fonte@FFW

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